Little Polyglot Adventures: Livros para Crianças Bilíngues

Um dos recursos que considero fundamentais para uma criação bilíngue de sucesso são os livros (vocês vão me ver falando sempre disso por aqui). Se forem livros pensados e criados especialmente para crianças bilíngues então, melhor ainda! Meus pequenos bilíngues e eu recentemente fomos apresentados à coleção Little Polyglot Adventures, da editora Linguacious, e nos apaixonamos! Não só pelo fato de serem livros bilíngues lindamente ilustrados, mas principalmente por apresentarem uma narrativa que valoriza a diversidade, o multiculturalismo, e mostra a importância e a beleza de uma língua de herança. Temas super relevantes para famílias bilíngues aqui no Brasil e em qualquer parte do mundo.

Livros da Coleção Little Polyglot Adventures: Dylans Birthday Present, A Wild Day at the Zoo e A Multicultural Picnic.

Representatividade bilíngue

O autor desta série de livros infantis maravilhosa é Victor D. O. Santos; brasileiro, doutor em linguística aplicada e pai poliglota. Morando nos EUA com a esposa ucraniana e seus dois filhos trilíngues (fluentes em inglês, português e russo!), Victor se inspirou na vivência multilíngue e multicultural da própria família para criar as aventuras dos pequenos poliglotas. Tanto é, que os protagonistas da coleção são Dylan e Isabella, filhos do autor. Nem preciso dizer que os meus filhos se identificaram demais com eles e sua família e já se consideram best friends dos personagens, né?! Essa representatividade é linda e um dos motivos pelos quais considero a série tão relevante!

Crianças folheando e olhando as imagens dos livros.

Os livros apresentam histórias divertidas do cotidiano poliglota e multicultural de Dylan, Isabella e sua família; seus passeios, a interação com amigos e parentes de outros países e mais. Junto com eles, aprendemos sobre o valor da amizade e da criatividade, sobre as vantagens de falar outras línguas no dia a dia, e também a valorizar a nossa própria herança cultural e linguística, assim como a dos outros. A galinha Kiki, que é o bichinho de estimação do Dylan e vive se metendo em encrencas, dá um toque cômico e divertido às histórias, que as crianças amam!

Sobre a coleção

Atualmente, a coleção conta com os três títulos da foto acima: Dylan’s Birthday Present, A Wild Day at the Zoo e A Multicultural Picnic, e mais um que foi lançado esta semana (ainda não temos esse), já ganhou mais de 10 prêmios lá nos Estados Unidos e agora finalmente está disponível no Brasil, em inglês, espanhol, e na versão bilíngue inglês-português! Os dois primeiros livros da série já vêm até com o audiobook em inglês incluído. Gostei demais disso, pelo fato de as crianças poderem acompanhar a leitura “sozinhos” ouvindo a gravação, e porque essa função pode ser super útil para os pais que precisam de um apoio na leitura também.

Minha filha acompanhando a leitura do audiobook com as imagens do livro.

Outro detalhe bem bacana é que no meio do texto são inseridas pequenas falas dos personagens em outras línguas (veja o texto em azul na imagem abaixo) – como ucraniano, zulu e mandarim – bem do jeito que acontece na vida real, né?! Fazendo a leitura do QR code disponibilizado na capa do livro, podemos ouvir a pronúncia de todas elas. Minha filha de 5 anos ficou encantada e está amando aprender palavras novas em outras línguas, igual aos personagens do livro!

Para concluir, não posso deixar de elogiar a linda ilustração dos livros, de Eszter Miklós (minha xará húngara!) que dialoga super bem com o texto! Amei a suavidade das cores, a forma como os personagens foram retratados e como as ilustrações celebram a diversidade. O conjunto das obras ficou mesmo muito especial!

Onde encontrar

Os livros podem ser adquiridos diretamente no site da editora Linguacious, que envia gratuitamente para todo o Brasil e ainda está oferecendo 15% de desconto em todas as compras dos nossos leitores com o cupom MEUBEBEBILINGUE15. Aproveitem!

Meu filho de 2 anos e meio e minha filha, de 5 anos, lendo juntos um dos livros da Little Polyglot Adventures

Gostaram da dica? Compartilhem com os amigos e ajudem a espalhar esse amor por livros e bilinguismo por aí!

A Manutenção do Segundo Idioma

Estava falando esses dias sobre desafios na criação bilíngue e me dei conta de que, atualmente, o meu maior é fazer a manutenção do segundo idioma. Não das crianças, do meu mesmo!

Imagino que às vezes possa parecer que estou com “tudo em cima”  quando se trata da criação bilíngue deles mas, a verdade é que, além de todos desafios maternos (que são muitos!), criar filhos bilíngues é sempre um desafio, de um jeito ou de outro.

Mãe conversando e brincando no segundo idioma com a filha bilíngue
Foto: Michelle Rodrigues

Não nego o privilégio de estar passando uma língua super acessível (em termos de recursos) para as crianças, de ter amigos com filhos bilíngues também para elas conviverem, de ter a minha própria criação bilíngue como referência e total apoio (e envolvimento) de família e amigos. Realmente somos muito afortunados e sou grata demais por tudo isso! Todos esses fatores contribuem inegavelmente para o nosso sucesso aqui. Por isso digo que o grande desafio hoje é apenas manter a qualidade do meu inglês.

Resolvi compartilhar aqui as estratégias que uso, pois sei que pode ajudar bastante a outras pessoas também, mesmo que ainda nem tenham filhos!

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Leitura no Segundo Idioma

– Devo ler em inglês para o meu filho mesmo não sendo fluente na língua?

Esta é uma das perguntas que recebo com mais frequência por aqui. Quem também tem essa dúvida, levanta a mão! Aposto que muitos de vocês que acompanham a nossa experiência se perguntam, ou já se perguntaram, coisa parecida em algum momento, certo?

Minha irmã lendo para a A com 13 meses – Foto: Stefano Aguiar

Primeiro eu queria dizer que sim, você pode ler para o seu bebê/criança numa segunda língua, mesmo que não tenha (ainda!) a pronúncia ou fluência que gostaria. Além da leitura em voz alta ser uma das melhores formas de introduzir o segundo idioma na rotina familiar, sua prática trará inúmeros benefícios a todos os envolvidos. Para te ajudar nesse processo, juntei algumas dicas que farão toda a diferença!

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Escolhendo o Método

Na minha experiência pessoal e através da observação de outras famílias bilíngues nos últimos anos, aprendi que o primeiro passo para quem quer inserir um segundo – ou mais – idioma(s) em casa é identificar e definir a estratégia ou método que funciona melhor no contexto da família, isto é, qual estratégia proporcionará a exposição de maior qualidade do(s) idioma(s) minoritários às crianças? Lembrando sempre que devemos levar em consideração as características e peculiaridades de cada família para poder fazer a melhor escolha. Definir e ter acordo sobre a estratégia a ser utilizada é essencial para manter a harmonia, o foco e a motivação dos responsáveis pela tarefa de ensinar um novo idioma às crianças. Tudo que a gente consegue planejar e organizar funciona bem melhor, não é mesmo?

Aqui em casa, por exemplo, antes dos meus filhos nascerem eu já sabia qual estratégia queria utilizar e isso me ajudou a ficar muito mais segura em relação à criação deles, e muito menos suscetível a críticas, dúvidas ou falsas afirmações sobre o seu desenvolvimento linguístico. Informação é poder. Quanto mais você souber sobre o assunto antes de embarcar na ‘missão bilíngue’, mais tranquila será a sua experiência – e muito mais agradável também – pode acreditar!

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Como Tudo Começou

Uma das perguntas mais frequentes que eu recebo é: como e quando comecei a ensinar inglês à minha filha? Ela está hoje com 4 anos e é uma bilinguinha confiante desde bebê.

Eu sei que optar pela criação bilíngue pode parecer uma grande coisa pra quem ainda está começando a pensar na possibilidade, e é mesmo uma decisão importante, mas acho fundamental procurarmos encará-la com naturalidade e leveza desde o início. Sem estresse.

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Dando boas-vindas!

Foto: Cristiane Mota

Pra quem ainda não nos conhece, esta é a nossa família bilíngue. Muito prazer!

Meu nome é Esther, tenho 32 anos, também sou bilíngue desde bebê, graduada em Pedagogia, casada com o Renato e mãe destas duas criaturinhas incríveis com as quais sonhei a vida toda: A e L (escolhi não divulgar os seus nomes para preservá-los um pouquinho).

Por que o inglês?

Apesar de não ser americana – tenho zero parentesco mesmo – nem nunca ter morado fora (estive nos EUA pela primeira vez em 2018), tive contato com o inglês desde a gravidez da minha mãe. Meus pais faziam parte de uma comunidade missionária internacional e esse era o idioma mais utilizado em casa. Por conta disso, pude adquirir as duas línguas, naturalmente, desde o início da minha vida.

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